autoria Adrienne Geoghegan e Heloisa Prieto

tradução Victor Scatolin

ilustração Adrienne Geoghegan

254 páginas

O livro é um prato cheio para quem "como eu, se pertence àquela espécie híbrida, no limiar entre os que se guardam e os que se rasgam", que anseiam por ouvir e viver histórias. Viajantes do Tempo é uma narrativa que entrelaça temporalidades distintas: da década de 1960 a 2018, o fio do tempo segue seu curso e sedimenta as bases de uma história familiar, de Maureen e sua neta Brianna.

Nas palavras de Brianna, "as histórias que aqui irei desfiar pertencem ao novelo de um bardo entrelaçado ao búzio de um jogo de ifá". Percorremos suas vidas através de diários e cartas, e é a partir deles que pensamos sobre as experiências pessoais, seus desejos, medos e expectativas.

O livro é um tratado sensível sobre a urgência de empatia, de responsabilidade e respeito à diversidade. A literatura continua sendo um dos caminhos possíveis para transcender nossas experiências individuais e alargar nossa visão sobre o mundo, para pensar sobre as infinitas formas de vivê-lo e de enxergá-lo. a Heloísa cumpre esse propósito com maestria. Ela nos ensina que as histórias atravessam oceanos, criam e recriam significados. Mesmo daquilo que nos parece, à primeira vista, incompatível, nascem novos modos de ser, existir, pensar, por quê não? O livro é, sobretudo, uma homenagem às tradições e populações afro-brasileiras do nosso país, que, com muita força, resistem.