Me chamo Brianna.
Maureen Haughney, minha avó, veio da Irlanda, a terra dos mitos e das lendas, como ela costumava dizer. Meu avô atravessou o país para se estabelecer nos Pampas, na região austral da Patagônia, na Argentina, que também é conhecida como a terra do fogo.
Eles se conheceram nos Pampas, as planícies ventosas do Rio Grande do Sul, no Brasil.
Eles se chamavam os Viajantes do Vento.
Eu adoro esse nome.
Realmente acredito que nós herdamos histórias.
De todos os tipos.
E essas histórias são as guardiãs dos segredos.
Mas e os segredos de família?
Eles devem revelar ou só descansar em paz?
“Querida e irrequieta Brianna…”
É o que minha Nana Maureen gosta de dizer ...
Acabei de chegar em Dublin e já sinto sua falta.
A voz, a risada, a sabedoria dela.
Na verdade, dela, tudo me faz sorrir.
Histórias também podem ser guardiãs de sonhos.
Histórias de família precisam de vozes ... Eu serei a voz da minha Nana Maureen. Ela sempre foi uma esplêndida contadora de histórias, conhecendo contos de magia, de fadas, mitos celtas, anedotas, histórias reais, e causos de infância.
Tenho sorte de ter herdado o cabelo ruivo ondulado e os olhos verdes escuros. Eu tenho a pele amarelada do meu pai. É rara essa combinação genética.
Minha mãe diz que eu tenho o riso dela, e a voz.
Mas, acima de tudo, quero ser a porta-voz de sua história de vida.